No dia 3 de agosto, às 15h, o grupo Ôctôctô realiza o concerto Oito no Auditório Zequinha de Abreu da EMESP. Oito é o novo trabalho que o grupo instrumental Ôctôctô acaba de lançar. São oito composições inéditas, todas elas escritas e arranjadas pelos oito músicos do grupo, que completa dez anos de atividades em 2018. O octeto nasceu em 2008, entre alunos que faziam o curso de Música na ECA/USP, já com a configuração atual: flauta, saxofones, trompete, trombone, guitarra, contrabaixo, piano e bateria. E lançou seu primeiro álbum em 2011. O trabalho, na definição do saxofonista Luís Santiago Málaga, nasceu do diálogo entre a música popular brasileira e a música erudita. “É música instrumental”, resume ele. Premiados no Brasil, aplaudidos nos Estados Unidos e na Europa, os músicos chegam ao segundo CD e preparam uma série de shows para o lançamento do novo trabalho.
O disco encanta pela diversidade das composições, algumas delas claramente inspiradas na musicalidade popular da América do Sul. Aguyje, por exemplo, é uma polca paraguaia. Pancho y Luna soa como um tango argentino, especialmente pela feliz presença de Toninho Ferragutti no acordeom. Há também referências ao universo musical nordestino em Querença, e ao choro em Contemplativo e talvez ao maxixe na faixa Atribulado. A intrigante 2013 procura discutir sonoramente o momento político do Brasil, desde as manifestações de cinco anos atrás. Estão lá as vozes na rua, o bater das panelas, as denúncias, prisões e as dúvidas que ficaram no ar. Duas outras composições – Bodas de Papel e Esquina do Zebrinha (uma quase marcha-rancho) – completam o Oito, com uma atmosfera mais reflexiva e romântica.