Luís Gustavo Luvizotto, aluno de canto popular da professora Ciça Baradel, do 3º ciclo de formação da EMESP Tom Jobim, foi um dos músicos escolhidos para participar da instalação multimídia Dean Rodney Singers, que fez parte da programação oficial dos Jogos Paraolímpicos 2012 de Londres.
Artistas do Brasil, China, Japão, Inglaterra, Alemanha, Croácia e África do Sul passaram por um processo de avaliação que selecionou 72 bailarinos e músicos, com e sem deficiência, para materializar por meio da música, dança e linguagens eletrônicas a visão de mundo de Dean Rodney, jovem autista curador da instalação.
A primeira etapa da seleção foi feita por meio de vídeos enviados pela internet. Luís Gustavo se inscreveu com alguns registros que possuía das apresentações de Prática de Conjunto na EMESP Tom Jobim e com uma gravação de uma peça de teatro que ele, também ator, participou.
A notícia de que estava aprovado veio após alguns dias. “Fiquei surpreso”, conta o jovem. “Eram muitos participantes, com histórias interessantes. Além de mim, foi selecionada uma cantora brasileira com deficiência auditiva e mais sete bailarinos no Brasil. Para mim foi uma honra”, declara. O músico participou de dois dias de treinamento intensivo com orientação de artistas do Heart & Soul. A companhia londrina viajou a cada país participante para realizar esta segunda fase.
Para concretizar a videoexposição, cada um dos selecionados ganhou um tablet, em que poderiam gravar imagens, sons, vídeos e manipular o material como quisessem, seguindo o tema: os sete “mundos” de Dean Rodney. Trata-se de sete dimensões paralelas que Dean visita em sua fantasia, com robôs, super-heróis e extraterrestres. O resultado final criado pelos 72 artistas constituiu o projeto interativo digital exposto no Royal Festival Hall, tradicional sala de concertos londrina. O público do evento esportivo pôde visitá-lo entre 31 de agosto e 9 de setembro.
“A professora Ciça teve importância primordial nesta conquista”, explica o aluno. “Foi ela quem me avisou sobre o processo seletivo e acompanhou toda a minha trajetória. Apesar do envolvimento com o projeto, não paramos nosso programa de estudo de canto da EMESP por conta disso. Como estávamos estudando estruturas de improvisação, na verdade, isso contribuiu para as minhas criações tanto vocais quanto instrumentais do Dean Rodney Singers”, completa.
Infelizmente, Luís Gustavo não pode ir a Londres conferir a instalação pronta, pois o projeto não financiou a ida dos vencedores até a Paraolimpíada. No entanto, esta experiência ficará marcada na carreira do jovem cantor.
“Participar do Dean Rodney Singers contribuiu muito na minha vida não só como cantor, mas como artista. Pois se tratava de procurar entender a visão de mundo de um autista e de recriar todo esse universo artisticamente. Tive a oportunidade de observar de perto uma personalidade como o Dean, e tentar ambientar todo esse imaginário fantástico por meio da música”, conclui.
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