O programa Hospitais Musicais retoma em julho suas atividades, que ocorrerão periodicamente até novembro em unidades hospitalares e de atenção primária de São Paulo. Gerida pela Santa Marcelina Cultura, a ação teve início em 2014 e promove a humanização, o conforto e o acolhimento a pacientes e profissionais de saúde por meio de intervenções artísticas e um repertório musical afetivo, sensível aos inúmeros cenários encontrados nestes ambientes.
As visitas aos hospitais e unidades primarias de saúde são realizadas por estudantes e ex-estudantes da Escola de Música do Estado de São Paulo, a EMESP Tom Jobim, e do Guri – programa de educação musical e inclusão sociocultural do Estado. Em parceria com os Doutores da Alegria, jovens musicistas recebem treinamento especializado para as vivências. A formação inclui aulas palhaçaria, improviso e oratória adequada ao ambiente hospitalar.
“Nossa aula sempre é dividida em três partes”, explica o professor, ator e palhaço Raul Figueiredo, dos Doutores da Alegria. “Na primeira parte, trabalhamos o corpo dos alunos para colocá-los em estado de prontidão. Em seguida, trabalhamos dinâmicas de improviso para lidar com os diferentes espaços físicos e diferentes públicos dos hospitais. Por fim, trabalhamos a sensibilidade do olhar, para que o conhecimento musical que eles já possuem sejam utilizado a serviço das pessoas que ali precisam, ora mais alegre, ora mais cadenciado, sempre com muito cuidado e afeto”, concluiu.
Mas não é apenas a performance que precisa ser desenvolvida. O programa também requer um repertório adequado. “O músico precisa entender o contexto em que está inserido. Tomamos o cuidado de pensar canções que se adéquem ao ambiente hospitalar e construam um clima para que as pessoas se sintam acolhidas e não provocadas emocionalmente. O ambiente deve ser leve e agradável”, ressaltou. E detalha mais sobre a seleção musical: “Para a escolha do repertório levamos em conta os instrumentos de cada grupo e canções que sejam pertinentes ao ambiente hospitalar. Mesmo diante desses critérios, as possibilidades são inúmeras”, concluiu.
Anualmente, além dos músicos que iniciam no Hospitais Musicais, Gayotto também destaca a importância dos músicos que retornam ao programa. “A cada ano, as turmas de veteranos se transformam. Isso porque ocorre uma mistura de alunos de vários anos, que formam novos grupos. E eu acabo aprendendo muito, porque são eles que vão aos hospitais com frequência e trazem essa experiência de volta”, pontuou.
Andreza Aguida é uma dessas veteranas. A musicista que participa do programa há mais de 4 anos relata que a experiência é transformadora. “Hospitais Musicais pra mim é uma das coisas mais bonitas em arte que já fiz na vida”, comentou. “É um diálogo de amor, conexão mesmo. Você entrega algo e aquilo reverbera positivamente no outro. É único e mágico”.
Já a auxiliar de RH do Hospital de Itaim Paulista, Jéssica da Silva, explica que a ação também impacta positivamente no dia a dia dos profissionais. “Pra mim é uma alegria muito grande quando eles vêm no hospital, porque eu sei que vai ser um dia de alegria. Ver os pacientes acompanhando a música, até dançando, é muito contagiante. Eu mesma também canto e participo”, comentou.
Desde sua concepção, o Hospitais Musicais já formou 385 estudantes, que realizaram 350 intervenções artísticas para mais de 47 mil pessoas beneficiadas. Este ano, cerca de 60 musicistas participam do programa e se dividem para atender unidades geridas pela Santa Marcelina Saúde, como os hospitais de Itaim Paulista, São Miguel Paulista, Cidade Tiradentes, Itaquaquecetuba, São Bernardo do Campo, além de Unidades Básicas de Saúde (UBS), Centros Especializados em Reabilitação (CER) e demais orgãos de Atenção Primária à Saúde (APS).
Para a Diretora Presidente da Santa Marcelina Cultura, a Irmã Rosane Ghedin, o programa se alinha com o compromisso de formação e difusão da organização. “Nós somos uma instituição formadora e por isso também precisamos que nossos alunos tenham oportunidade e empregabilidade. O ‘Hospitais Musicais’ nasceu no desejo de nós profissionalizarmos a música dentro de um outro ambiente, de um novo contexto”, concluiu.
REALIZAÇÃO E INCENTIVO:
O Hospitais Musicais é uma realização da Santa Marcelina Cultura, EMESP Tom Jobim, Governo do Estado de São Paulo por meio da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas, e o Ministério da Cultura, por meio da Lei de Incentivo à Cultura.
O programa conta com Patrocínio Master do Bank of America, Patrocínio Ouro da Chiesi Farmacêutica, Patrocínio Prata da BASF, AstraZeneca e do Grupo Ultra; além do Apoio dos Doutores da Alegria.
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