“Um novo espaço foi aberto na cidade e, mais que isso, um espaço fixo, que vai garantir um trabalho de divulgação da nova música”. Esta frase de Eduardo Álvares, compositor e professor da Tom Jobim EMESP, reflete um pouco da emoção que todos os convidados da estreia da Camerata Aberta sentiram na noite do dia 31 de março, no Sesc Vila Mariana.
Nesta noite, a música contemporânea foi presenteada com o início de uma fase. Músicos, críticos musicais e pessoas ligadas ao meio assistiram à concretização de um sonho: um espaço para diálogo, acesso e divulgação da nova música.
A alegria era facilmente percebida nos olhares de quem estava ali: “tem muitos sonhos que a gente quer que vire realidade. Quando a gente vê essa estrutura toda, fica se beliscando pra acreditar”, disse Pedro Gadelha, contrabaixista do grupo. A frase de Gadelha ressoava a satisfação de Paulo Zuben, gestor executivo da Santa Marcelina Cultura: “a minha felicidade é ver a alegria no rosto deles [músicos]. Estão todos de parabéns!”.
A Camerata Aberta é formada por 16 músicos [conheça os integrantes] especializados nas mais recentes técnicas instrumentais. Para Rogério Costa, chefe da Pós-Graduação em Música da ECA-USP, “é importante ressaltar o fato de que pela primeira vez temos um grupo de qualidade, pra tocar um repertório quase que exclusivamente contemporâneo. Uma iniciativa louvável da Santa Marcelina Cultura e da EMESP”.
“Sempre quis ter uma experiência mais profunda com a música contemporânea. E agora estimulado por essa experiência, já encomendei várias partituras novas, estou super entusiasmado”, disse o fagotista Fabio Cury, integrante da Camerata Aberta.
Para os compositores, o nascimento do grupo também é uma vitória. A proposta da Camerata é fomentar a produção de composições, com programas de residência e encomendas de obras. Marisa Rezende, que teve sua obra Cismas [conheça o repertório do concerto de estreia] executada pelo grupo, estava emocionada. “Era o anseio de todo mundo, então eu acho que veio em muito boa hora, tomara que só venha a crescer e dê frutos tão bons quanto esta estreia”, concluiu a compositora.
Flo Menezes, compositor e diretor do Departamento de Música da Unesp, também acredita no potencial que o grupo tem de estimular o surgimento de outras iniciativas: “o cara que veio a este concerto já tem uma responsabilidade tripla, e, ao mesmo tempo, uma vontade quádrupla de fazer outra coisa semelhante, no mesmo nível, do mesmo repertório”.
Além de ampliar o alcance da música contemporânea, a Camerata Aberta também se dedicará a atividades pedagógicas na Tom Jobim EMESP, e aos ensaios abertos em faculdades de música de São Paulo.
Segundo Concerto
O próximo concerto da Camerata Aberta será no dia 25 de abril, às 16h, no Masp. Os ingressos custam R$ 10 e R$ 5 (meia-entrada). No segundo concerto do grupo, o repertório terá peças de Edgar Varèse, Salvatore Sciarrino, Charles Ives, Claude Debussy, Silvio Ferraz e Sergio Kafejian. A regência será de Guillaume Bourgogne.
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