O ditado “o importante é competir” faz todo sentido para o músico Hélio Goes. O trombonista acredita que mais importante do que ganhar um concurso é a oportunidade de conhecer pessoas, países e culturas. Participando de competições de música, conheceu a Alemanha, Itália, Espanha e a costa oeste dos Estados Unidos.
Natural de São Roque, Hélio é um dos destaques da nova geração de trombonistas brasileiros. Em sua formação, passou pelo Projeto Guri, Escola de Música de Mairinque, Banda Sinfônica Conselheiro Mayrink, Escola de Música do Estado de São Paulo – EMESP Tom Jobim, Banda Sinfônica Jovem do Estado de São Paulo, até chegar à Juilliard School nos Estados Unidos, onde com 16 anos recebeu bolsa de estudos integral para estudar na classe de Joseph Alessi, trombone principal da Filarmônica de Nova Iorque.
A partir daí, viu a sua carreira lhe proporcionar grandes momentos e experiências. Formou-se bacharel em música pela Faculdade Cantareira e integrou por três anos a Orquestra Experimental de Repertório do Theatro Municipal de São Paulo. Se formou pela Academia de Música da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo até chegar na Eastman School of Music nos Estados Unidos, onde atualmente estuda para obter o título de mestre em música. Durante sua trajetória, Hélio foi aluno de Gilberto Gianelli, Darcio Gianelli, Joseph Alessi, Donizeti Fonseca e, atualmente, estuda com Larry Zalkind.
Dos prêmios que disputou, destacam-se o feito de ser o primeiro trombonista a vencer o Prêmio Eleazar de Carvalho, oferecido pela Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo; ser o primeiro brasileiro a vencer a Competição Nacional Solo oferecida pela Banda do Exército dos Estados Unidos; além de ter sido finalista quatro vezes consecutivas em três anos por competições oferecidas pela Associação Internacional de Trombones.
Na opinião de Helio, buscar novos desafios é essencial para a carreira de músico. Com uma vasta lista de concursos no currículo, Hélio aconselha que os jovens músicos brasileiros se inscrevam em prêmios mundo afora sem medo ou receio de acharem que não são capazes. “Estudar e trabalhar fora do país é caro, mas não é gasto, é investimento. Basta se planejar direitinho que dá certo”, afirma.
Segundo ele, o Brasil é um dos poucos países que oferecem bolsa de estudos em grupos jovens. “Isso é bom e ruim porque ao mesmo tempo que os jovens recebem um auxílio para seguir a profissão, alguns se acomodam com o benefício e não buscam novos desafios e oportunidades”, avalia.
Ainda de acordo com o trombonista, é preciso desenvolver habilidades interpessoais: “o músico precisa saber falar sobre a sua arte, seu instrumento e a música que vai tocar”. Além disso, destaca a importância da versatilidade na profissão e de ter a mente aberta: “há outros meios de sobreviver na música além da orquestra”.
Para Hélio, há espaço para todos na música clássica, mas o cenário necessita de pessoas que a reinventem e a descentralizem para ocupar espaços em outras regiões do país. “O Brasil é um país muito grande e tem uma capacidade de crescimento absurda”, observa.
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